Empresários em busca de soluções inovadoras e criativas para resolver os gargalos que impactam o dia a dia de seus negócios já podem se cadastrar no “Projeto Integrador Firjan SENAI + Empresas” e recorrer à ajuda dos alunos da Firjan SENAI. A iniciativa acumula diversos casos de sucesso, conquistados nas edições anteriores.
Claudio Tangari, vice-presidente da Firjan, explicou que o programa, que começou em 2015, em Nova Friburgo, vem sendo aperfeiçoado e, nos últimos três anos, expandido em todo o estado do Rio. O empresário do Centro-Norte Fluminense mensurou os benefícios para os envolvidos.
“Percebemos um grande ganho para os alunos, que se envolvem na resolução de problemas do mundo real, colocando em prática os ensinamentos teóricos recebidos, desenvolvendo experiências e protótipos num ambiente de FabLab e interagindo com o seu ‘cliente’ (empresa que apresentou o desafio). Para as empresas, é a certeza de contar com um profissional que, além de reunir formação técnica de excelente nível, sabe pensar fora da caixa, trabalhar em equipe, e, principalmente, superar desafios. E para a sociedade, a possibilidade de contar com uma educação acessível e diferenciada para o jovem, de qualquer classe social, pilar essencial para o desenvolvimento econômico e social não só do estado, mas do Brasil”, enfatizou.
Casos de sucesso
No ano passado, a empresa de soluções em biotecnologia Biosolvit, em Volta Redonda, no Sul do estado, cadastrou o seu desafio e recebeu dos alunos da Firjan SENAI o projeto Molde PX. Tendo em vista o aumento na demanda do xaxim de fibra de palmeira, o co-fundador e diretor comercial Wagner Martins constatou a necessidade de desenvolver uma máquina que ampliasse a produção do mesmo. E a solução encontrada pelos alunos, mirando a otimização de tempo e a ampliação da produção, foi montar uma prensa hidropneumática capaz de realizar a adaptação de fibras de palmeira em xaxim com somente uma prensagem.
“A Biosolvit desenvolveu e colocou no mercado o xaxim de palmeira, produto com diferenciais importantes. Obtivemos um crescimento significativo nas vendas, porém criamos um gargalo na produção, pois nossas máquinas são semi-artesanais, com baixa produtividade. Chegamos ao ponto de não conseguirmos entregar a nossa demanda de vendas. Para resolver esse problema, tínhamos uma ideia de máquina industrial, mas não tínhamos o corpo técnico para desenhá-la e validá-la, muito menos capital para o mesmo”, disse Martins.
O co-fundador e diretor comercial explicou que o Projeto Integrador Firjan SENAI + Empresas surgiu no momento certo: “com um corpo técnico de excelência e alunos extremamente capacitados e com vontade inovar, em pouquíssimo tempo, eles conseguiram nos apresentar um protótipo da máquina, que validou nossa ideia e nos possibilitou criar uma máquina com estimativa de produtividade cinco vezes maior. Já estamos no processo final de construção deste maquinário. A Biosolvit vai patenteá-lo e colocar alunos e técnicos como inventores deste projeto”.
Wagner destaca ainda que, através da nova máquina, já consegue sonhar em ver os produtos da Biosolvit não apenas expandindo no mercado brasileiro, mas também no internacional.
A J. L. A Boa Vista Marmoraria, empresa especializada em chapas de mármore, sofria com a desorganização de seu pátio, o que gerava desperdício de materiais, já que as pontas das chapas iam se acumulando umas em cima das outras. Os alunos da Firjan SENAI pensaram em uma solução simples e eficaz. “Após visita e análise de nosso pátio, os alunos propuseram uma nova forma de organização de nosso material. Passamos a separar as pontas de acordo com a cor e com o tamanho. Além de evitar o desperdício, quando temos pedidos menores não precisamos tirar de peças grandes. A ideia deu tão certo que já a colocamos em prática”, explica Vanessa Viana, representante comercial da empresa.
Já a Peugeot Citroen do Brasil tinha problemas durante a montagem de peças dos automóveis. As ferramentas utilizadas para colocação das portas, como o alicate, provocavam a degradação da pintura dos carros. Ao se cadastrar no projeto, a empresa encontrou soluções para proteção dos equipamentos através da impressão em 3D de materiais mais resistentes. “Essa parceria auxilia muito a indústria. Às vezes, estamos tão habituados ao processo que nos falta visão. Com a ajuda dos alunos, descobrimos novas alternativas para nossos problemas”, destaca Vanderlei Mac Inter, supervisor de Formação e Treinamento da Peugeot Citroen do Brasil.
Para Fernando Pinto, coordenador da Divisão Técnica de Educação Profissional da Firjan SENAI, os Projetos Integradores são uma via de mão dupla. “É uma estratégia de aprendizagem que beneficia tanto as empresas quanto os alunos. Do ponto de vista dos empresários, eles têm a oportunidade de contar com um olhar de fora, que, muitas vezes, detecta o caminho para possíveis soluções. E da parte dos alunos, eles desenvolvem um relacionamento com a empresa, abrindo inclusive possibilidades para futuras contratações”, ressalta.
Fases do processo
As empresas interessadas podem cadastrar seus desafios. Se o desafio for selecionado, um grupo de alunos da Firjan SENAI vai desenvolver uma proposta com possíveis soluções.
Durante o trabalho, os estudantes vão visitar a empresa para tirar dúvidas e aperfeiçoar o seu projeto, com o objetivo de, ao final, terem protótipos que cheguem o mais próximo possível das necessidades da mesma. Alunos de todas as unidades do estado participam do programa.
Depois de prontos, os projetos com potencial de inovação serão selecionados para participarem de exposições nas unidades Firjan SENAI, em novembro. Os alunos ainda poderão se inscrever para a segunda fase do Projeto Integrador. Nesta etapa, o objetivo é validar a ideia junto ao mercado para o desenvolvimento de um mínimo produto viável, de forma que os projetos selecionados nesta fase possam futuramente ter acesso à mercado, tornar-se startups, ter uma aplicação real no processo, entre outras possibilidades.
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Fonte: Firjan